Há
várias razões pelas quais o Presidente não podia convocar novas eleições: primeira, ele não tem a coragem suficiente
para o fazer, o Cavaco cada vez que o oiço, faz-me lembrar o Pôncio Pilatos; segunda, o PS não é uma alternativa ao governo (mas então não foi o
PS que deu passo a este governo?), terceira,
Portugal depende dos mercados e enquanto depender deles e das suas especulações
financeiras, um câmbio de governo neste momento, saído de uma iniciativa
presidencial, só viria acrescentar mais crise à crise.
Porém,
o Cavaco esquece-se que a “Crise” politica que nos conduz a este dilema foi provocada
precisamente por uma fraca aliança política entre o PSD e o CDS-PP. Ninguém
pode dizer que o vivido depois da demissão do Vítor Gaspar e da demissão-revogável do Paulo Portas não
irá repetir-se. Essa certeza, ninguém a tem, mas é certo que agora há mais hipóteses
que este governo chegue ao fim do mandato, porque o Paulo Portas já tem o seu
novo cargo de Vice-primeiro-ministro.
Quando
criança sempre ouvia as pessoas dizerem que “até por dinheiro baila o macaco”,
neste caso poderíamos afirmar que com mais poderes o “irrevogável devém revogável”.